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Poesias-->Matarei o "sol brilhento" -- 16/12/2001 - 11:26 (Edio de oliveira junior) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Vou matar o sol brilhento

E não verei mais o rosto pálido

De homens hipócritas,

Sonhadores.



Chega de mentiras e vozes e acalentos,

Chega de superproduções ideológicas

Exaltadas nos trieiros de bocas douradas,

Chega de frases manchadas

A sangue ferrenho, vil e temperante,

Vou matar o sol brilhento

E agora acabou-se! Somente minha voz

E tua voz lançada no vão escuro da realidade,

Somente o mundo a meu bel prazer

E a teu bel prazer vigorarão sementes

Nas rédeas de todos sentimentos preponderantes.



Deixem-nos no planeta despido de coroas

De faces e de estrelas

Eu quero sentir o cheiro da voz rouca nossa

Que percorre e divaga esgotos tardios...

Quero sentir o sol fosco

A reluzir: “Um pouco de justiça”

E nossa voz rouca nossa rouca voz nossa cara

A explodir: “Nos somos a justiça!”



Eu vou matar o sol brilhento

No lento remanso de uma hora vaga,

Olharei o céu e seu rebanho de estrelas

As cordeiras fiéis do infinito manso...



Eu sim, serei a mão do fato

A mão que trabalho por toda causa

A mão que iniciará a luta

A mão de morte

A mão como a mão do poeta que escarra

A mão como a mão do carrasco puro próprio...



Chega, eu digo!

Tu dizes, chega!

A todas badalações e borbulhas

Chega, que o mundo sem expectativas devora

A vontade de viver até dos vermes...

E a mentira escondida nas raias da subversão

Ainda está de olhos abertos

E espreita o mundo calvo

Com uma deslealdade mórbida,

Inexoravelmente incompreendida.



Eu digo, prepare-se!

Pois já vejo você acordar pela manhã...

Vejo-lhe conspirar as intenções de teu espírito

E os intentos de suas boas-vontades-controladas!

Vejo também o dia escapar-lhe pelos dedos

E uma noite plena derramar-lhe aos olhos

Com a negridão exata de todos seus adjetivos



Vejo mais uma luta sua frustrada

Vejo-te frustrado, sentado à sala de sua casa

(fruto de todas suas irrealizações)



E enquanto isso, do lado de fora do mundo

A lua como uma triste prostituta,

Apagada, tão apagada por opção própria

De não querer que se venha a glória de prontidão,

Por ser poetisa que se desmancha

No vão da noite como a lágrima de um amante,

Como um suspiro de morte...



A lua, sim!

A lua em sua chama solitária

Sussurrará em cantos sublimes:



“Morra o sol brilhento”



Eu,

De cá,

Fiel aos desígnios divinos

Obedecerei...



Me levantarei lentamente



E desligarei a televisão....

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