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Poesias-->Não Ser -- 20/12/2001 - 11:31 (Gustavo Laranjeira) |
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Ser livre tal qual um beijo sem boca,
Espalhar-se por sobre a noite,
Como uma Lua sem céu.
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Desejo os olhos da vida,
Espero os milagres do viver.
A carruagem já passa, tardia, bem cedo.
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Sou pântano de prazeres.
Forma disforme de aguçado pausar,
Por entre as palavras quietas de certos lábios.
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Sou rachadura numa nuvem,
Sou alguém sem ser ninguém.
Sou pássaro molhado.
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Desdenho dos morreres do mundo.
Renasço dentro de mim.
Refaço meus lençóis de carmim.
*
Sou vento velho.
Trago todos os seus pólens.
As folhas da árvore, outonais.
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Sou mais pobre na riqueza.
Sou mais denso na fraqueza.
Resvalo em seus nãos.
*
Ser preso tal qual uma boca sem beijo.
Espalhar-me na tarde,
Como um Sol sem calor.
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