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Poesias-->AONDE OS VELEIROS VÃO e BRIGITTE -- 23/12/2001 - 20:05 (Paulo Orlando dos Santos) |
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AONDE OS VELEIROS VÃO
Um vento passou de repente
E eu não tinha um veleiro
Para velejar.
Para onde os veleiros vão
Queria tanto ir
E não voltar!
Mas os veleiros acabam voltando
E eu...
Os veleiros só vão até aonde o vento os leva
E eu queria ir além do vento...
Só por isto,
Não fui.
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BRIGITTE
Todo dia Brigitte fica alí, sentada
Numa velha mala esfarrapada,
Fincada no chão.
Todo dia Brigite fica alí
No calçadão da praia
Imóvel, estática, paralisada.
Não me lembro quando foi
Que o feitiço do tempo
A transformou em estátua.
Só sei que ...
Enquanto o sol,
A chuva, e o vento se revezam
Brigitte fica alí, agoniada,
Parada, olhando o mar.
E a velha mala esfarrapada
Cheia de recordações.
Ah, se Brigitte pudesse voltar no tempo
Quando ainda não era estátua,
Mãos dadas com seu amor...
Andar na areia molhada
Chutando água,
Catando conchas...
Quem sabe um dia
Desse todo dia
No calçadão da praia
A velha mala esfarrapada
O mar em festa assiste
O fim da triste sina.
Um príncipe encantado
Num beijo com gosto de passado
Como num milagre
Faz a estátua outra vez
Voltar a ser menina.
E a velha mala esfarrapada
Cheia de recordações.
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OBS. Poesia inspirada na escultura de Brigitte
Bardot, de Cristina Mota, localizada na Orla Bardot, em Armação dos Búzios.
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