Deixa o céu transpirar no quarto lacrado de poeira, de dor, de nó sem beira. Como nas noites mornas da primavera, você aqui sentado na janela e as constelações todas, como mensageiras, multifacetárias , num só cosmos respingante na anatomia dos dedos, pelos contornos da mão. Ao mesmo tempo chega um vento ainda frio do inverno despedinte e te assola a se fechar no ventre, no quente, no agasalho que só te traz pretérito. Mesmo assim, fecha a janela e quebra teus ritos, deita e se acomoda. perde instantes suaves dos sonhos que retratava o teu eterno, o jeito riso que existe em sua história. Você vai se perdendo assim de pio e quando sente já se dominou e vive num mundo sem perna, corpo e coração. Vive se robotizando, inventando, se aliviando com receitas, mas não entende a dor. somente flui e rompe a criação de que foi criado, nunca é criador, apenas observa, alucina, maquina, mas não se cura , se ilude de alegria pervertida que de nome nunca trouxe ninguém de alegria. Bem aventurado o que crê e como criança tece, e que se percebe na inocência, o riso é mais fresco e demonstra todo o fruto e sentido da natureza. O homem é criança que brinca sem relevar o sentido do brinquedo, sorri para os objetos e esquece que o que impulsiona o seu ser é seu eterno sentido aleatório, verdadeiro, fundamental, quem sabe humano.