Eles chegaram humildementes quietos, eles sabiam quem eram os donos...
Ai ciceroneamo-os, mostramos as calçadas, o quintal e até a entrada secreta da sacada.
Do Prata ao Solimões tudo lhes mostramos.
Eles falaram de nossa pobreza, reclamaram de nossa desordem, mas tomaram o café, comeram a tapioca e as vezes deitavam na rede pra olhar o céu e contemplar o vôo da árara azul ou o oscilar dos açaizeiros, dos castanheiros...
Riamos em par com as horas a beira do igarapé, e sobre a montaria descendo o rio entre um copo de pinga, riamos de suas atropeladas no Portugues...
Eles diziam que nós eramos seis, talvez os melhores amigos desses reis.
Porém quando fomos a sua casa na primeira vez, não ficamos à vontade... Nos deram outra liberdade... Cheia de regras.; até pra irmos ao quarto dormir.
Voltamos pensando que era assim, cada um com o seu mundo.
Entretanto, um dia chegamos em casa e fomos surpreendidos.; eles, os nossos estranhos amigos já estam em casa, deitados em nossa rede, apossados. Nos sentimos intrusos.
Hoje esperamos a espreita da noite pra fazer outra casa...
Nem sabemos ao certo onde vamos morar, nossa antiga morada é agora de outra soberânia, e as lágrimas da miséra independência são impares nesses olhares turvos de nada.