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Poesias-->FRONTEIRAS -- 01/02/2002 - 00:20 (Edson Rodrigues) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


As águas do centro me enjoam

Frias, desertas e quietas.

De um lado, minha chegada

Mas o outro lado é minha meta.



Meus braços raspam as muralhas

De um porto que eu não pisei.

Minhas solas pisam derrotas,

Derrotas que só eu sei.



Em minha boca há outro gosto

Que antes nunca senti.

Passam por mim tantos rostos

Que lembram os rostos que eu vi.



Ouço vozes, não as entendo,

E nenhuma entende a mim.

É como se eu não fosse, sendo,

É como se fosse o meu fim.



Tantas ruas, tanta gente,

E eu não sei de ninguém.

Sou uma ponta de cigarro

Rolando no vai e vem.



Dessa ânsia de astronauta

É que eu sempre necessitei

Pra que viesse a sentir falta

Do que eu quase desprezei.



Pra que sentisse na carne

O que hoje conheço bem:

Que os limites da minha terra

São meus limites também.



II



Sonhei que estava partindo

E acordei morto de saudades.

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