|     
				| LEGENDAS |  | ( 
					 * )- 
					Texto com Registro de Direito Autoral ) |  | ( 
					 ! )- 
					Texto com Comentários |      |   | 
	|
 | Poesias-->Folha Seca -- 25/04/2000 - 17:54 (André Mellagi) |  |  |  |  |  |
 | 
 Algazarra no ninhal suspenso
 
 em copas de retorcidas árvores,
 
 sombra pela beira do riacho
 
 abriga o panapaná amarelo.
 
 
 
 Curtos adejos de borboletas
 
 chafurdam no lodo e na goela
 
 sem interromper a sinfonia
 
 das águas, dos piados uníssonos.
 
 
 
 Sobre a palma da mão pequena asa,
 
 folha contorcida e aveludada
 
 do tapete de escamas marrons
 
 esboça o infinito em espiral.
 
 
 
 Veias ramificam e afunilam
 
 conduzidas na nervura seca
 
 enchendo húmus nos sulcos da mão,
 
 aninhando o berço das raízes.
 
 
 
 Ferve o caldeirão da soalheira.
 
 Cavalo morto sobre a morraça,
 
 a oficina demiúrgica exala
 
 o miasma a rebentar os grãos.
 
 
 
 Nas ilhotas de barro rachado
 
 pegada rápida de criança
 
 revolve a lama e foge do mato
 
 cravejado nas margens do rio.
 
 
 
 
 
 André Mellagi
 | 
 |