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Poesias-->VERSO TORTO -- 05/02/2002 - 00:02 (Edson Rodrigues) |
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Queria abrir meu peito em festa
Pra lhe fazer uma seresta
Dos meus anseios de varão.
Olhar seu corpo de donzela
Pra que você, de sua janela,
Me atirasse seu coração.
Se abraçasse com seus joelhos
E com seus olhos vermelhos
Me implorasse pra subir.
E com um sorriso mudo
Enfim, me dissesse tudo
O que pudesse sentir.
...
Como nos tempos de nossos avós,
Só com o violão e a voz,
Eu conseguisse me aproximar.
Cravo branco na lapela,
Cantando o quanto sois bela,
Feliz a me apaixonar.
...
Mas, nada é mais como d’antes,
Seresteiros elegantes
Já não têm mais lugar.
E versos de boemia
Só se faz durante o dia,
Seria loucura tentar.
Há um periquito morto
Sobre sortes e desejos,
E o som do seu realejo,
Na esquina, só faz dormir.
E esse meu verso torto,
Do vigésimo andar do edifício,
Seria difícil você ouvir.
Edson Rodrigues
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