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| Poesias-->A ÁRVORE SUICIDA -- 05/02/2002 - 00:09 (Edson Rodrigues) |
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Numa das principais avenidas
Impedia o tráfego, caída,
Forçando buzinas e palavrões,
A árvore suicida.
Possivelmente, a chuva
E os fortes ventos da tarde
A tivessem derrubado
Causando todo o alarde.
Ou talvez, um operário,
Inocente em seu labor,
Tenha derrubado a árvore
Pras obras do metrô.
Vai ver, tenha se cansado
De procurar em vão
Por algum ser semelhante
Ao seu redor, em seu chão.
De ver verde de verdade
Só nas fardas dos soldados,
Nos semáforos das esquinas,
Na esperança dos coitados.
Nas notas de um cruzeiro
No bolso dos contentes,
Junto à bala de hortelã
(colorida e aromatizada artificialmente).
Muito embora, eu acredite
Tenha ela se suicidado
Pra que ecoasse entre os homens
Como se houvesse gritado.
...
Ninguém sabe responder
O porque da fatalidade.
Resta tirá-la da rua
Pra que volte ao normal a cidade.
Edson Rodrigues
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