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Poesias-->Em meio à escuridão -- 05/02/2002 - 01:05 (Alessandro Ramos) |
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Serei corroído pela solidão
Até não sobrar nada de mim
É essa a pena que levo
Por ter nascido em meio à escuridão sem fim
Frio e solitário
Onde todos só pensam em sí
Jogam com a alma
Envenenam a mente
Destroem o coração
E nada resta
Pra quem nasceu
No lugar errado
No tempo errado
Eu quero ficar só até a morte
Mas não sei o que será de mim
Quando as estrelas bilhar
Numa noite de céu limpo
E eu estiver contemplando-as
Sem ninguém ao meu lado
Eu quero ficar só
Mas quero transar todo dia
Com pessoas diferentes
Só pra me sentir
Com poder por alguém
Mesmo que desabe em lágrimas
Depois do gozo
Não é pedir demais querer ser
Como um personagem de filme cult
Onde a vida não presta
O amor não existe
E tudo o que vê é negro
Não quero ter de amar ninguém
Não quero correr o risco de ser deixado
Não quero destruir corações
Quando esses perderem a graça
Vou seguir boêmio por noites adentro
Enchendo a cara para não ver o tempo
Amargurando cada momento sofrido da minha existência
Sem amor pela vida sem nada a perder
O que vem é lucro
Sobras vai pro lixo
Sentiria pena da infeliz alma que me abraçar
Mas imerso à tanto ódio não há lugar pra pena
Nem amor ao próximo
Nem amor
Amor não existe
Mentiras pra levar
Trouxas pra cama
Nessa não caio
Não quero calor
O frio me defende
Por pior que seja
Tenho que me manter de pé
Cabeça erguida
Pobre de quem
Olhar em meus olhos
Eu quero matar tudo o que há ao meu redor
Até não sobrar nada que possa me machucar
Destruir a doce ingenuidade florescente
Não sentir dor quando lhe tirarem a inocência
Em meio à escuridão
Não há lugar para nada
Eu vou destruir tudo
Aqui não há mais nada
Isso não é vida
Isso não é nada
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