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Poesias-->Sombra Gotejada -- 05/02/2002 - 10:23 (José Ernesto Kappel) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Ando e, enquanto ando,

as coisas me roçam.;

passo por cada segundo,

por segundo a cada passo.



Descubro o desconhecido

de ser pedra rócio

na multidão

que passa por mim,

mas já não vive mais em mim.



Sou sombra gotejada,

clamor do mendigos

e relúcio das poucas

ânsias.



Tudo isso faz

um bordel

ávaro e penoso,

prá quem pensa que

está,

mas socobra a cada

metro,

nas sombras da vida,

que ontem começou

e, agora, acabou,

rútila como um

último beijo.



Saudoso com

a feitura e vôo

das águias

e,sem peja,sem andar,

sei que sucumbo

ao tempo,

e as coisas

que temo

agora:

nada ou ninguém,

está em seu lugar!





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