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 | Poesias-->O Sertão -- 08/02/2002 - 20:16 (Alex da Silva Lucas)  | 
	
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O Sertão...sequidão
  em meio a um mar
  de luz onde a morte
  não dá lugar à vida.
  Um calor escaldante
  que determina
  a frieza do lugar.
  As folhas dão lugar
  aos espinhos
  que retêm a umidade
  — que é pouca —
  em meio a fervura
  da areia
  quente e morta.
 
 
  Lugar sofrido.; 
  sofrido e esquecido
  pelos que vivem
  e estão mortos,
  pelos que muito possuem
  mas pouco têm.
 
 
  Por fora são enormes
  e por dentro
  insignificantes
  como um grão de areia
  no deserto.
  Vivem em grandes centros,
  onde a civilização impõe-se
  à Natureza. 
  E esquecem um lugar
  distante,
  onde a Natureza impõe-se
  ao homem como a verdade
  impõe-se ao não lúcido.
 
 
  No Sertão, a vida luta
  para não continuar vivendo
  morta,
  pois como nos centros,
  as pessoas morrem
  a cada dia, mas neste último
  se morre por incapacidade
  e não por impossibilidade.
 
 
  Um com chinelo, o outro descalço.; 
  um vivo morre, um morto tenta viver.; 
  um corre, o outro se arrasta.; 
  um pensa nas sobras
  e o outro nem pensa.
  Também pensar em que?
 
 
 
 
  Poesia integrante do livro "A Hipocrisia da Matéria" de Alex Lucas.
  http://alexlucas.tripod.com.br
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