Usina de Letras
Usina de Letras
16 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 


Artigos ( 63229 )
Cartas ( 21349)
Contos (13301)
Cordel (10360)
Crônicas (22579)
Discursos (3248)
Ensaios - (10681)
Erótico (13592)
Frases (51750)
Humor (20177)
Infantil (5602)
Infanto Juvenil (4946)
Letras de Música (5465)
Peça de Teatro (1387)
Poesias (141310)
Redação (3357)
Roteiro de Filme ou Novela (1065)
Teses / Monologos (2442)
Textos Jurídicos (1966)
Textos Religiosos/Sermões (6355)

 

LEGENDAS
( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )
( ! )- Texto com Comentários

 

Nossa Proposta
Nota Legal
Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Poesias-->A SECA -- 10/02/2002 - 13:30 (João C. de Vasconcelos) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A SECA



Vive em mim a imagem,

Terra seca, sol quente,

Galhos secos, sem folhagem,

Sem vida, sem ter gente.



Rios que não correm,

Terra que se racha,

Águas que desaparecem,

Na cacimba não se acha.



O vento poeira levanta,

Folhas mortas voam no ar,

Sertanejo com bravura enfrenta,

Na esperança que vai mudar.



O sol tudo queimou,

O verde desapareceu,

Até a água ele secou,

Quase nada sobreviveu.



Filas de latas e de potes,

Á beira de um cacimbão,

A espera que água brote,

Daquele ressequido chão.



Só quem viu pode dizer,

A tristeza daquela gente,

Ver a plantação morrer,

Queimada pelo sol quente.



O gado de sede, vi chorar,

Seu mugido era um clamor,

Na tristeza de seu olhar,

Representava tanta dor.



Ainda escuto a voz do vaqueiro,

Rebanhando todo o gado,

Na frente da boiada, o primeiro,

Gritando um choro cantado.



O ano de 58 não choveu,

Deserto, virou o sertão,

O sertanejo só sofreu,

Deixou na terra, seu coração.



Juscelino, o presidente,

Com tamanha inspiração,

Tirou a fome daquela gente,

Com trabalho na construção.



Brasília foi construída,

Trabalho dos nordestinos,

Toda essa gente sofrida,

Agradeceu ao Juscelino.



Trabalho e muita garra,

Com o coração livre de mágoa,

Foram feitos, Orós e Araras,

Para acabar a falta d’água.



Estrada foram construídas,

DENOCS fiscalizou,

Aquela gente destemida,

Com vontade trabalhou.



Cena viva, que doeu,

Mãos duras e calejadas,

O sertanejo sofreu,

hoje, cenas passadas.



( Apesar de tudo isso, ainda brincavam, pois diziam:

DENOCS - Deus Não Ordenou Cassaco Sofrer -

Sofre Cassaco Ordinário Neste Departamento ).



João C. de Vasconcelos

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui