NAUFRAGO
Sou naufrago, varado numa praia,
Confesso que não sei o nome dela,
Mas debruçada está,... numa janela,
Uma dama vestida de cambraia!
Não sei o que fazer,... se lhe dou vaia,
O corpo é irreal,... lembra uma tela,
É frágil,... tenho agora mais cautela,
Me fixa,... e me sinto uma cobaia!
Pegou na minha mão,... tão docemente,
E olhando os meus olhos,... ternamente,
Me disse duma forma,... encantadora.
Ouviste o meu cantar,... e naufragaste,
Sentiste o meu apelo,... aqui chegaste,
Me toma nos teus braços,... sonhadora!
Fernando dos Santos
15/2/2002
|