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Poesias-->É uma pena, É realmente uma pena... -- 01/03/2002 - 12:48 (Edio de oliveira junior) |
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É uma pena
Termos espaço para colocarmos os carros,
É uma pena
Termos tantos prédios para morarmos,
É uma pena termos tanta luz,
Tanta fumaça e tantos para amarmos.
É uma pena termos
Tantas sombras para seguirmos,
Tantos faróis acesos ao dia
Tantas luzes à noite...
O que eu queria mesmo era não ter que dormir agora
Para receber o amanhã com um sorriso falso.
(o amanhã que será igual ao hoje e igual ao depois dele)
ah! Como eu queria uma música!
Uma música é melhor que qualquer companhia,
É melhor que qualquer viajem,
A música é a droga da alegria,
A música é a porta de passagem...
Tudo é estreito e pávido na realidade,
Meu coração é um garoto assustado
Um moço de olhos atentos vendo tudo passar,
E tudo passa como que num filme!
Tudo passa como um conto de POE! Extasiadíssimo...
Em meu peito chora um Rimbaud e tantos outros
E tantos sentimentos nobres e tanta tragédia
E tanta alegria.
Reside em mim uma sinfonia,
Um concerto de tambores turvos,
Um céu azul e uma tempestade mórbida...
É uma pena termos tantos lamentos,
Tantos risonhos e tantos tristes momentos,
É uma pena termos tão pouco
Com tanta liberdade por aí!
“Tome um gole de vinho, companheiro! Tome um gole de vinho...”
e deixe que a viola faça sua alma mendigar,
pois quem mendiga nada espera
e quem nada espera, algo leva.
Ah! Estranha devoção minha deste momento,
Ah! Tempo que cavalga e que não para!
Tenho estado sozinho, me tornei carente...
Se tivesse uma mulher aqui comigo (qualquer uma)
Andaríamos de mãos dadas nestas estradas cinzas,
E poeira nenhuma nos alcançaria, poeira nenhuma!
Todas as palavras queimam em minha boca,
É noite! Observo a lua...
Em algum lugar alguém sonha,
Guarda para si sentimentos que me explodem...
É noite! Meu peito se abre
Como um “baú” absoluto.
É uma pena termos tantos sorrisos...
Eu estou “atrás” de uma porta que se fechou.
Eu estou “atrás” de um horizonte que se abriu...
É uma pena essa noite imensurável,
Noite vasta, tão vasta...
“Por quê dormem, companheiros?! Por quê dormem?!
Há alegria por aí, do lado de fora de suas casas, de suas casas!...
Morto! O dia covardemente se esconde atrás da terra
“levantem”
Amanhã não haverá trabalho!
Não haverá trabalho nem tristeza.
Há um brilho de esplendor na lua desta noite
Que luminosamente expande uma amargura,
Mas que irradia uma sinfonia, é a alegria...
Eu vejo,
E faço passo a passo um caminho contrário,
É uma pena termos tantos espaço para colocarmos os carros
Tantos prédios para morarmos...
Tenho liberdade em mim
Eu tenho sossego em mim...
É uma pena!...
Ah! Se eu tivesse você aqui comigo agora
Amanheceríamos de mansinho
Andando de mãos dadas
Numa estrada que não tem fim.
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