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Poesias-->TEMPO DE PLANTIO -- 01/03/2002 - 22:29 (Phylos) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
I



Te digo milhões de coisas.

Tu me entendes:

compactuamos lutas

desde o início do mundo,

compartilhamos dores

e lado a lado amamos

nossos corpos alheios

furiosas ondas num mar

de desvios.



II



Te faço ir a portos

dos mares azuis de Creta.

Tu te abres como uma porta

forçadamente entreaberta

meio triste, meio lenta

mostrando a soleira

a parede da sala branca

os quadros de moldura escura.



III



Elementos cruzam rios áridos

que determinam fronteiras

e estimativas de fogos.

Agrupo cercas ao teu redor,

coleto frutos, coleto pontos

prego teu corpo entre fugas

de pássaros embrîões.

Tu me entendes:

dentro de tí mora um ninho

de ítens sublinhados.



IV



Mostro o vazio

das ruas virgens

folhas brancas

de impregnação.

Te colho na aurora

no musgo pálido

na madressilva.

Por aí sobrevivo

jogando cachos

buscando a água

que já não acho

nos teus seios.



V



Eis que fins começam

eis que mundos explodem

no desconhecido dos teus olhos

e o meu sentido é um só:

a paz que mora contigo

me pertence em entendimento.

Sou forte quando silencio

e cheiro o mar dos teus abraços.



VI



Te guardo o sentido.

Já não broto das algas

já não sugo as selvas

já não me jogo pelas camas.

Com prazer me deito

me abro feito flor

e derramo o sangue

do meu hímen de louça.



VII



Num suspiro

noites se fundem

em indecifráveis equações.

Tu me entendes:

a liberdade é primavera

cuja semelhança é tanta

nas mãos (torno) do tempo.

Sentes a brisa desde o inicio

Alfa e Omega que sobrevive

a incontáveis meteoros.



VIII



Tento ser o que se foi

pelas vias de concreto armado

e como tal foi me dado.

Onde andas, onde andas

se já não estou em tí?

Tu me entendes:

como tal me foi dado

oferta queimada em fogo lento.



IX



Tua cicatriz me arde

e me transfigura eternamente.

Tuas mãos são fileiras

onde soldados me queimam

e cães te afogam

em meu sangue-martírio

dos que foram vendidos

nos tempos do mundo.



X



Te digo milhões de coisas.

Tu me entendes:

sou solitário entre os homens

uma planta que rasteja

e por calcanhares sobrevive.

Habito um tempo de plantio

onde a semente vive apesar

onde a colheita é farta apesar

das profundas fendas do desfiladeiro.
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