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Poesias-->DROGA PESADA -- 12/03/2002 - 04:27 (J. B. Xavier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
DROGA PESADA

J.B.Xavier





Injetas-te em minhas veias

Percorrendo meus sentidos,

Deslumbrando meus inconscientes,

Redescobrindo fórmulas de amar

E como droga pesada,

Dominas-me os pensamentos,

Fazendo-me completamente,

Inteiramente

totalmente

Dependente de ti...

Possuis todas as linhas de minha razão,

Possuis-me todo, e incontestavelmente,

Possuis meus anseios, minhas alegrias

E meu coração...

E eu me entrego a essa agonia,

A essa letargia da espera,

Bêbado no êxtase em que me atiras,

Quando, enfim, rendido,

Sigo teus sorrisos e promessas,

Pelos caminhos coloridos,

Onde não há pressas, planos ou cobranças...

Volto a ser criança, quando me entrego

A essa voragem louca

De descobrir que a eternidade é pouca

Para mitigar essa sede alucinante

De te amar,

Para debelar essa necessidade vital,

Essa avidez que me domina, essa insanidade

Que me alucina e que já é saudade

Antes mesmo de teres partido!



Prostro-me, corrompido,

Enquanto percorres meu corpo como um entorpecente...

Perco todos os meus centros, já demente,

Já doente desse amor ensandecido,

E visito um futuro ainda não lembrado,

E um passado já esquecido,

Nessa alucinógena viagem esfuziante

Nesse instante em que me escapa a consciência,

Em que apenas a dormência

De saber-te em mim

Me mantém neste universo de estranhas sensações...

E assim quero ficar,

E para sempre flutuar sob o efeito de teus beijos

Que percorrem meu corpo, me queimando a alma.

Assim quero ficar, nesse êxtase enfeitiçado,

Nessa euforia que me mantém viciado,

E reter essa loucura em que me transformaste,

Esse louco indefinir de pensamentos,

Esse pouco sentido jardim, onde a flor

Dos teus amores, são minha alegria e minha dor...

E com as artérias latejando, com o coração em chamas,

Com pensamentos pervertidos, com a urgência dos incautos,

Te recebo em meu sangue, mais uma vez...

E percorres-me o ser, essa pobre alma atormentada,

Prostrando-me de amor, como droga pesada...



***



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