LEGENDAS
(
* )-
Texto com Registro de Direito Autoral )
(
! )-
Texto com Comentários
Poesias-->LEONÍDIA -- 23/03/2002 - 11:39 (Djalma Monteiro Pinto Filho)
LEONÍDIA(*) Djalma Filho Loucas são as mulheres que ainda amam poetas! Fascinante história — a dela — mais fantasiosa — até — que os delírios — impiedosos — do Poeta, de onde — como musa — apareceu. Loucas são as mulheres que ainda amam poetas! O quarto de sua memória não será mais achado pela luz vinda das duas janelas longínquas acortinadas, ao fundo do corredor. Loucas são as mulheres que ainda amam os poetas! A sanidade da sua emoção não estará no porte de ser dama vinda do alto da escada, esperada como o corrimão, vindo pra jantar. Loucas são as mulheres que ainda amam poetas! Na cama, a claridade pouca não ficará restrita à luz das velas vinda da escuridão da noite repleta de grilos e dos beijos pro silencio. Loucas são as mulheres que ainda amam poetas! Mas poucas serão — das loucas que amam os poetas — como Leonídia! Conhecedora do platonismo esperou a causa e o poeta o amor sem cabeça nem pé com parada em Curralinho fazendo-lhe anjo da noite! Mas as loucas ainda existem! Loucas são as mulheres que ainda amam poetas! Elas, assim como Leonídias, alienadas e fora do tempo guardarão os versos — manuscritos e memória — em um asilo qualquer na bagagem da loucura pouca que calará o amor, inconsciente. Loucas são as mulheres que se perdem amando poetas... (*) Leonídia teria sido mais uma bela história de amor do poeta Castro Alves. Morreu em um asilo, em 1927, após ser internada pela família. A “louca”, até seus últimos dias, ficou encantada afirmando ser a “noiva” do Poeta.