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Poesias-->Vidas Presentes -- 27/03/2002 - 10:29 (Lucio Mario) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Durante aqueles breves momentos

Em que, em meio à multidão, nos (re)conhecemos

Tu não me beijaste como beijaria uma namorada,

Não me esperaste como esperaria uma noiva,

Não te entregaste a mim como se entregaria uma amante,

Não concebeste-me um filho como conceberia uma mulher,

Nem me acompanhaste pela velhice como acompanharia uma alma gêmea.



Entretanto, naquele instante sublime,

O universo tornou-se-me tão pequeno

e a eternidade demasiamente curta

Para suportar a efemeridade da minha existência.



Por isso desdobrei-me em múltiplas existências,

Propiciando-me, a um só instante, uma amplitude de gozos, ad infinitum:

Como se tua boca beijasse-me,

Como se no altar esperaste-me,

Como se no leito a mim te entregaste,

Como se, à luz, concebeste-me um filho,

Como se, ao ocaso, acompanhaste-me pela velhice...



E após!



Salvador, 03 de Março de 2002

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