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Poesias-->Privilégio dos deuses -- 02/04/2002 - 12:46 (Isabela Mendes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Eles todos se comendo, se devorando

Eles todos se amando com cérebros,

Com seus bons gostos

Com suas palavras bem desenhadas

Eles todos se violentando com seus desejos

Talvez não seja uma violência

talvez seja a vontade de serem deuses



Queremos ser deuses

“Amar e ser amado é privilégio dos deuses”

Queremos ser deuses

Conseguimos

Mas nem desconfiamos

Que o amor é assim

Não é perfeito

E é por isso mesmo que se chama amor



Não precisa ser perfeito

Só precisa amar

Eu amo a mim mesma

Em cima da mesa

Embaixo da escada

Eu amo a mim mesma

E quero que me amem

Alguém me ama

Me leva pra cama

Eu amo a pessoa

Tudo numa boa

Mas eu quero mais

Sempre queremos mais

Aí nos desesperamos



Queremos coisas diferentes da vida

Queremos coisas diferentes do amor

Não temos que querer nada do amor

O amor nos escolhe

O amor existe dentro de nós

Assim como células e úteros



O amor existe e nos emocionamos

E nos encontramos

E nos devoramos

E nunca estaremos

Pra sempre um do outro

Porque a vida continua

O mundo dá voltas

As vontades mudam

Os desejos ficam

Talvez mudem de lado

Como eu

Talvez hoje mulher

Talvez homem pra sempre



Talvez o amor permaneça

Quem muda somos nós

O mundo nos faz mudar

O próprio amor modifica

Modifica porque existe o tempo

Se o tempo não existisse tudo seria eterno

Tudo seria parado

Tudo seria apenas UMA coisa



Mas não

Somos muitos

Somos muitas coisas

O tempo correndo

As coisas mudando

Eu envelhecendo

O amor me renovando



Onde estão as tristezas?

As revoltas?

Somos deuses e não sabemos

Podemos mudar as coisas

Pra que amor pra sempre?



Tudo muda

Até a surda-muda



Que estupidez

Péssima piada

Autocrítica acirrada



Publicar meus desatinos

Publicar minha verdadeira vida

Essa que me faz olhar as coisas

Pensar as coisas em palavras



Essa que me faz

dar nome às minhas sensações,

meus sentimentos



Se não fosse a palavra

Que seria dessa nossa existência inventada?

Inventamos o amor

Inventamos um jeito de viver

Um modelo a seguir

Eu não sigo modelos

Não me incomodo

Mas incomodo os iguais

Somos todos normais!

Neuróticos e normais

Devassos e normais

Castos e normais



Sou casta também

Como um anjo

Vestida de azul

Como sempre



Pinto o cabelo

Mudo a cor

Química

Visão

Estética

Auto-Estima



Dedos pra que te quero

Pra dizer o que não espero

Que ridículo só pra rimar

Pra fazer justiça com as próprias mãos

Invento minha justiça

Sou boa nessas horas



Amo todos os seres do mundo

Inclusive os homens gays

Inclusive tiranos e reis

Inclusive assassinos e estupradores

Com seus pecados pertubadores

Onde foi que eu errei?

Não sei

Sempre erro



Sempre quebro a cara

Mas porque fico satisfeita quando olho pra trás?

Não sou fracassada

Tenho muito o que fazer

E ao mesmo tempo

Nunca serei obrigada



Talvez não ter filhos faz isso com as “adas”

Bonecas Emílias

Eu não tive filhas

Eu não fui pro sítio

Eu não li Lobato

As santas crianças

Já fui uma delas

Eu sou uma delas

Estou mais pras cadelas

Porque tanto xingamento?

Porque tanto palavrão?

Eu falo mil palavrões

Na verdade devem ser milhões

E agora não quero

Não quero xingar

Verdades bonitas

Também dóem

Palavras bem escritas

Destroem

Do mesmo jeito



As criancinhas cantando em coro

Como odeio os pais das crianças

Deve ser porque odeio os meus

Deve ser porque parece

Que eles fazem e desfazem

os erros das crianças

Será?

Não sei

Nunca me achei uma criança influenciada

Apenas tenho bloqueios

Me sinto abandonada

Não adianta ter raiva do mundo

Nem raiva do pai e da mãe

A verdade é que quero colo toda hora

Ai ai .. porque você não namora?

Fico escolhendo muito

Me dar colo é coisa séria

É “muito pra cabeça”

Bem bem bem

Problemas sentimentais

Todos somos normais

Só rindo pra aturar

Ai.. pipoca de cinema

Ainda não vi aquele filme

To com fome

A poesia acabando

Apenas o bicho homem

(Ou será a bicha mulher?)

instinto de sobrevivência

é tão bom sentir que estou viva

mesmo com você morto

que coisa mais triste

veio a fome e o vazio

será que eu vou ter frio?

Dormir de janela aberta

Uma música maldita na cabeça

Espera que eu já vou dormir
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