Quando eu vir ruir das cinzas da mata o corpo do pássaro...
Quando eu vi, em segundos, o fogo louco a consumir o Ipê.;
Quando em brasas latejava, desabava no rio a esguichar o castanheiro...
Quando eu vi o riso na face rústica do homem, de mãos calejadas... Quando eu vi o dinheiro comprando... Acreditei que o homem é escravo no seu quintal.E que a natureza, em anos de segredo na mata, fazendo erguer a sombra da Samumeira, fazendo parir o Guará, o Sabiá e o rio que leva água fresca as nossas casas, está precisando de nós.
Em segundos a árvoré centenária sucumbi às navalhas.;
Em segundos as aves sucumbem ao calor, em minutos o rio está poluido.
Surgem prédios, ruas asfaltadas, praças e velocidades, que também matam.
Quando eu vi a vida nessa ordem, não sabia o que mais importava pra morte.
A vida precisa das vidas pra ser bem vivida, pois que a morte é certa e mal parida, com certeza há de subjulgar aqueles que serão o nosso futuro.
Quando eu olhei nos olhos do animal ferido, em seus últimos gemidos de dor, vi no seu silêncio funebre, quão tristeza é deixar essa vida numa trajica sorte...
E as minhas lágrimas, ainda que na garganta de nada adiantou, pois a especime foi a única que estava ali e naquela hora abortou.