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| Poesias-->RAZÃO -- 15/04/2002 - 12:01 (Djalma Monteiro Pinto Filho) |
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RAZÃO
Djalma Filho
Entre a sombra e a luz,
estou escuro
como em dias de eclipse.
O suor sangra pelas rachaduras,
a cicatriz madura
disfarça-se na pele clara.
Entre o inferno e o céu,
estou purgatório
como em tardes sem sol.
As mãos remendadas pelas mãos
de dedos esgarçados
tocam na união às cegas.
Entre o mal e o bem,
estou imperfeito
como noites sem abajur.
Em movimentos de interruptor,
os braços quase inúteis
acendem-se sem cliques
... em silêncio!
Entre a sombra e a luz,
entre o céu e o inferno,
entre o bem e o mal
surpreendo-me consciente
sob a luz dos refletores
de outros olhos humanos
... lúcidos de silêncio!
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