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Poesias-->Carta para o Pequeno Príncipe -- 16/04/2002 - 01:08 (Alessandro Ramos) |
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Querido e imaginário amigo
Hoje choro por ter crescido
Sou um adulto com alma de menino
Mas nesse mundo frio e cretino
Não há lugar para sonhos, desatinos.
Hoje escrevi um poema
E me lembrei de você
Mando agora por um pombo
Quem sabe um dia lê.
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Eu não sou sua mãe
Não te pus no mundo
Nem sou seu amante
Não sou eu quem te seduzo.
Nossas veias não são as mesmas
Nem o sangue que nelas correm
Pois a sua alma pobre e autopiedosa
Não é como a minha, forte e caridosa.
Canso de quem se faz de vítima
Chora à toa pelos cantos
Joga em mim o peso de outras vidas
E eu não dou conta nem do que sinto.
Não sou Deus, não sou Jesus
Não tenho que carregar sua cruz
A minha pesa muito e vou levando
Sem divindade ou santo
Está certo, me engano.
Mas sofro por não ter em quem pensar
Nem ter uma alma para amar
Lembrar de cabelos quando vejo o trigo
Não quero mais cativar desalmados
Quero enfim ser merecedor, ser cativado.
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Sei que sou injusto no que digo
Não é sempre que assim me sinto
Nem é para todos que me dirijo
Usando algumas palavras do Rosa
Mas pensei em você, Pequeno Príncipe
Em ti, sua raposa, sua rosa.
Há em quem eu penso
Há para mim agradável companhia
Conversas sem início, sem fim
Abraços, beijos, folias
Mas não é todo dia
Nem é sempre que me abro
Quando a razão se choca com a loucura
Não tenho muito que fazer, desabo.
Não sei o que quero
Nem pra que sirvo
Estou confuso, amigo
Desculpe te sobrecarregar.
É só uma carta
Para dizer que ainda vivo
Espero que não demore a chegar
O dia em que passearei novamente contigo.
Correio Eletrônico - frustrado@pop.com.br
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