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| Poesias-->Beijo -- 18/04/2002 - 01:16 (DEMA) |
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Uma pétala de rosa tocou suavemente meus lábios.
Seus espinhos rasgaram minha face, numa dor lascinante,
Mas ainda assim conseguia sentir seu toque.
Injetava seu veneno narcótico, seu feitiço,
Enquanto sugava meus sentimentos, sintetizando minha dor.
Que transformava em loucura.
Sem culpas. Sem magoas. Sem saber...
Dividira meu mundo. Transtornara minha razão.
Eu me entregava, desejando arder...
Desejava ser consumido pelo torpor.
O cheiro. O sabor. O calor.
A doce sensação de existir. Frisson de devaneios incalculados, que vinham e iam, sem lógica. Liberdade ou felicidade?
Com o vento a rosa se despetalou, e, fiquei vazio.
O que havia sido demolido dentro de mim, desmoronou.
Rodei pelo universo, procurando rosas iguais.
Plantei sementes, implorei aos deuses (aos bons e aos maus).
Mas nada conseguiu me tocar da mesma maneira.
Não achei orvalho igual, nem espinhos tão penetrantes.
Você me sugou para dentro de você, e quero me encontrar, mas não sei onde estou... Ajude-me. Liberte-me. Ou mate-me.
Numa tentativa desesperada, me fiz padecer,
Com uma fuga da vida.
A morte e celebrada com flores. Com rosas. A minha, com você.
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