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Poesias-->Cenário Sujo -- 21/04/2002 - 20:00 (André da Silva Galvão) |
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Cenário sujo
Frágeis medrosos
Suas almas passam por mim
Andam pelas ruas desconfiadas
Estas ladeiras te desprezam
A chuva molha o largo da igreja de São Francisco
A água flui grossa e negra
Negra e doce
Anjinhos e açoites revirando pela enxurrada
A rua contínua suja depois da chuva
Resta o som das chibatas
Mordaças e sapatos de suplício
Pegajosas pedras
Arrastam-se senhores e escravos
Mendigam pelo cenário
Nas brancas igrejas almas rezam
Arcaico cristianismo
Quanta decadência passa por mim
Covardes bravos brancos
Bravos covardes negros
Todos tremendo de pavor
Vejo toda a imperfeição
Natureza humana
Barrocas almas
Vestidas de carne ou não
Memória dos cristãos
Estranha razão bruta
Quem serviu ou foi servido
Ninguém merece piedade
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