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Poesias-->Lamentação Filial -- 20/05/2000 - 01:00 (Rodrigo Teles Calado) |
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Pai, faz dezenove anos que você partiu para a vida eterna,
Para nunca mais voltar,
Na vida tudo passa, mas, somente duas coisas não passará:
As palavras de Deus e a saudade que sentimos de você.
Pai, a Casa Grande que você viveu boa parte de sua vida
Já não brilha com tanto esplendor,
Hoje, a família habita uma nova morada
Aquela que foi o auge de encontros e festas
Hoje, é só pura recordação.
Pai, aqueles que vodê deixou bem pequeno,
Hoje, são rapazes e moças,
Outros nasceram, cresceram e são gente adulta,
Alguns até constituiram famílias.
Pai, o mundo ficou mais pobre desde que você morreu
O sorriso já não é mais o mesmo,
Seus entes queridos ainda lamentam
A sua prematura partida para o Reino do Céu.
Pai, quando falecestes mamãe tinha apenas meio século de idade
Hoje, sexagenária, bonita e bela, continua na viuvez,
Honrando seu nome e o da própria família,
Mas, muitas da sua idade, já casaram e constituiram novas famílias
Outras, já desposaram e continuam na imensa solidão,
Pai, seus ensinamentos perpetuam entre nós,
Mas, lembre-se de uma coisa:
Seu lema de vida - união e trabalho,
É passado de geração a geração,
Como forma propagarmos o bem,
Para que sirva de referencial
Aqueles que buscam vencer na vida.
Pai, muitos de seus netos não o conheceram
E lamentam por não ter tido esse convívio,
Mas, são confortados quando ensinamos
Que a sua própria vida é exemplo para aqueles que buscam a Prosperidade e o sucesso profissional.;
Quando falamos de sua coragem e espírito empreendedor,
Eles regojizam-se do avô que tiveram.
Pai, as festas de apartação já não são como antigamente
Seus cavalos de corrida não vão mais as vaquejadas
Seus filhos até esqueceram desse esporte que você tanto gostava,
O alpendre da Casa Grande não recebe mais visitas de seus amigos
Seus companheiros da época estão velhos e cansados
Alguns até partiram para outra vida.
Pai, constantemente somos abordados na rua,
Por pessoas que tem algo a agradecer
Que você fez em vida por elas,
Se formos enumerarmos essas benécias,
Demandaríamos bastante tempo.
Pai, nós não nos orgulhamos,
E, sim agradecemos a Deus pela pessoa que você foi
E pedimos ao Pai Celestial que tenha essa alma bondosa no Céu,
E que você seja tão bom na vida eterna
Como foi na vida terrena.
Pai, a nossa preocupação
É fazer com que seu nome seja lembrado para a posteridade
E que filhos e netos se orgulhem do patriarca que tivemos
Como homem de bem e exemplar pai de família,
Pai, é impossível descrever o sentimento pessoal de cada um de seus Parentes próximos,
Mas, saiba que a palavra mais dócil pronunciada pelos seus sobrinhos É Titonho.
Você se foi, mas, deixou o carinho e a saudade
Que será perpetuada entre aqueles que o considera.
Pai, ficou uma grande lembrança de sua pessoa,
Quando alguém telefonava que você atendia,
Do outro lado da linha, a pessoa perguntava:
Quem está falando, e você prazerosamente respondia:
É Antônio Raulino.
Pai, mas, uma coisa nos conforta:
Foi cumprida a vontade de Deus,
O mundo tornou-se pequeno,
As pessoas mais ambiciosas
É tudo pela sobrevivência,
Pai, não existe mais aquela vida sem maldades
A vaidade predomina o planeta
Os governos cada dia mais arrogantes e perseguidores,
Não há respeito a dignidade humana,
Pai, tempo bom foi aquele que vodê viveu,
Em que as pessoas dividiam o pão com seu semelhante,
E não essa força esmagadora
Que oprime o semelhante
Na busca de espaço para a sobrevivência humana.
Pai, obrigado pela vida, pelos ensinamentos,
Pelo carinho, pelo exemplo,
Pela dignidade, pela humildade,
Em fim, por ter sabido nos educar.
Pai, descanse em paz e repouse para a eternidade. Amém.
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