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Poesias-->HÁ POUCO -- 10/05/2002 - 18:08 (José Reynaldo Galasso) |
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HÁ POUCO
Em febre me desfaço
Na sofreguidão da hora
Mergulhado em desilusão e cansaço
Desejo ir embora.
Partir. Para onde não importa.
Para sempre abrir a porta
Beber o ar da liberdade,
Sem morrer de saudade.
Há pouco eu escrevia um verso
Há pouco eu fazia parte do universo
Há pouco eu era um homem de sentimento
Há pouco eu habitava o vento.
Seu olhar, ah, o seu olhar!
Seu sorriso. Seu sorriso!
Do que mais eu preciso?
A voz do menino que fui
Me chama dentro da escuridão.
De alma liberta,
Na rua deserta,
Brinca, ainda, de pião.
Há pouco eu era um menino
Há pouco eu era dono do meu destino
Há pouco eu cruzava numa galera os mares
Há pouco eu encarnava o Barão Vermelho nos ares.
Neste momento macabro
Em que abro
Minha janela para a noite -
A lembrança como açoite -
A brisa fria
Recorda uma poesia.
Ouço as estrelas -
Que bom ouvi-las e vê-las! -
Que sussurram entre si
A minha desdita.
Nesta noite bonita,
Penso que morri.
BSB09042002
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