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Poesias-->COLETANIA -- 15/05/2002 - 11:06 (ROSSINI ALBERNAZ NETO) |
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PERDAS
Perdi o tempo...em mares sem sal
Tuas vozes...ecoam ainda em mim
Não mais perdidas...em florestas de algas
Não somam fel as minhas súplicas
São lentas...sussurradas
Em praias onde areias nunca chegam as águas
Espero...sobre terrores sulfurosos...um leito
Afogo em lagos onde naufragam teus sonhos
Nada posso...espero
Todo meu corpo arde...
Teu reflexo...marcado em meus olhos
Fere cada imagem que registro
Caminho sem pesar entre restos...nossos
Todos os dias abro caixas.,. armários onde te encontro
Não me perco mais a cada encontro
Desespero...tento em vão apagar os restos
Desisto...não consigo mais sofrer
Meu desespero é um farol
Na noite do meu desejo
..........................
Escuta!
Já não se foram todos?
Não há mais o tempo
Lá fora tudo passou
Aqui nossa culpa caminha...a passos largos
Contra um horizonte infinito...deserto
Sem lagrimas de redenção
Entre fantasmas dos nossos fracassos
Perdidos na febre do gozo realizado
Não são as luzes dos olhos que se encontram
Mas a súplica...quase culpada
Que me implora partida
Nada disseste...saciada
Mas bem sei que queres
E não me prendes mais...dentro de ti
Estás vazia....
Bem sei da minha hora...parto silencioso
Quase em fuga
Voltando ao vazio que impera lá fora
Pelas portas abertas nas partidas
Eu saio...Entra o vazio
Vive o mundo....vive o tempo
Onde ocupo com meu pulso
Fica um nada contigo
Que escorre nos lençóis
Marcando seu tempo reperdido
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Toda essa paz
Que teu sossego reza
Não faz a conta
Não bate prego
Quem confia teu corpo
Ao próprio diabo maroto
Toda tua potência
De ter
De ser
De ir
Esvai em si
No momento de magia
Em que toma o que é teu
Há vida
Há posse
Há nada
Quando teu descaso
Te encara perverso
E te interrompe a estrada
Esse mágico momento
Onde encaras o algoz
dos olhos de uma criança
um presente
uma sina
teu desprezo ali armado
cobrando o dele na esquina
tranca o carro
tranca a casa
tranca a vida
que todo tudo é furado
e uma fenda se basta
numa fração de segundo
pra cobrar o que deves ao mundo
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Nada havia demais....
Em tempo de saias justas...
Pernas nem assim tão roliças
Um espetáculo menor....
Não fossem as magias
Os aromas....que fugiam lentamente
Por entre as pernas cruzadas
Doces aromas....tomando conta de tudo
De mim
Das pernas
De toda cena
Só a multidão em volta não percebe
Eu enlouqueço
Seus olhos brilham
Eu farejo
Tento roubar todos os odores
Aprisionando em mim o desejo
Passa a multidão.....nada se percebe
Só eu ....e você
Conhecemos os enlouquecedores aromas da sua fertilidade
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Vitrines repletas gente linda
A avenida dos shoppings te faz sentir em casa
Eu olho com desejo ....só a ti
O resto me dá vergonha
Me assusta os horrores dos mostruários
Definitivamente
Meu mundo não é o teu
Teu caro novo flutua nas veias da cidade
Cheio de lindas gentes...e risos
Meu ônibus vai e vem...lotado
Um caminhão de gado ...olhos tristes
Meu lugar é o dos sonhos despedaçados
Minha vida é da humanidade ferida
Dia a dia ferida....frustrada
Agora compreendo...
Meu mundo não é o teu
Tens planos...futuros
Aqui só o dia seguinte
Tua vida está pra lá do muro
Lá onde vou me vender
E volto todo dia para não ferir os monumentos
Recolho minha pobre imagem ao gueto
Ferido pelo pão que suei
Sem glamour sem consumo
Deceto
Meu mundo não é o teu...
Teu sorriso é inocente
O meu é espasmo de dor
Tua vida é luz..é cor
Meus dias passam em preto e branco
Quando lá vem gritar as cores
A multidão corre em apagar o espectro
Para todo fim ...aqui a cor é subversão
E a ordem nos é dura...
Esse meu vider ofendido
Reafirma nossa sentença
Meu mundo não é o teu
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No brio da puta
Rescende o choco azedo do destino
Mistura rica de porra e céu
Onde tantos se desafogam....por tão pouco
Onde a vida tem altar
Que puta....puta mulher
Gera
Cria
Abandona
E faz o mundo melhor
Para o desfrute do sacana
Viva! Todas as putas do mundo
Vasto puteiro...mundo
Onde viemos todos viver do ofício
Levar o fado em todo orifício
Carregar a sina da escravidão
Onde seria em verdade
Lugar melhor....mais humano
Onde sofrer é labuta
Em paga do desespero
Putas...então... todos somos
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Receita recriada
Ficam as confusões
em minhas vidas
tantas foram confusões
e vidas
que já não sinto
nem o pulso
nem as fantasias
que antes me varriam
como os ventos
que carreiam o mar
em aromas de sal
que invadiam meus continentes
temperando as palavras
recriando receitas
que me faziam o homem novo
de cada dia
renascido
com novos paladares
e velhos apetites .
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saudades
de todas as coisas e partes que me ofereces
ditosa...sinto falta do teu gozo...
sofro de lembranças da tua abissalidade
das coisas que pensas e falas...e não entendo
mas a lingua do teu sexo...sou fluente
embora sempre me fascine encontrar novas palavras
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