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 | Poesias-->No meio de uma praça... -- 24/05/2002 - 16:11 (Marcelo Brigido)  | 
	
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Estava no meio de uma praça,
  andando normalmente,
  como se anda quando se está pensando em nada,
  quando me vi cercado, de repente,
  por seres estranhíssimos.
  Um frio percorreu a minha espinha
  e senti ímpeto de correr.
  Mas travaram-se as minhas pernas
  e não rompiam as palavras, a minha boca.
  Vontade louca de não ser, não estar,
  não fumar mais, 
  não ouvir esmoleres queixando-se da vida, à minha volta,
  não queixar-me da minha, sem razão.
  Mas tudo em vão...
  As palavras chegavam ao meu ouvido desconexas,
  vinham de bocas diferentes.
  Os odores também eram variados
  e não conseguia separá-los para entendê-los.
  Os seres, mal conseguia vê-los, tantos e tão variados eram.
  Experiência da vida moderna,
  todos ali, diferentes e absolutamente iguais.
  Todos normais e completamente nus.
  Todos despidos de caráter, de vontade própria,
  todos amarrados, uns aos outros.
  E me vi ali, sentindo-me único e
  parte daquilo tudo.
  E ali mesmo, imóvel e mudo,
  percebi a única coisa que me fazia diferente
  de toda aquela massa amorfa, mal cheirosa e barulhenta:
  VOCÊ.
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