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Poesias-->A MÃO SOBRE O OMBRO -- 25/05/2002 - 23:03 (Walter da Silva) |
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A MÃO SOBRE O OMBRO
elegia ao neto MATHEUS
Ao menino assim despido
do pouco ar que lhe coube
deixou-lhe a mãe, cumprido,
recado: nem viu, nem soube.
Tratava do amor pleno e uno
que a mãe preparou disposto
a modificar-lhe o rumo
neste aziago mês de agosto.
Inerte, à mão escudada
de outras mães e alheias
cuidaram do menino, a cada
minuto e horas cheias.
Lá fora há vento e esperança
dos tios, pais e avós
porém inerte a criança
tampouco lhes ouve a voz.
Ah se o poder nos é dado
de resgatar ao menino
o sentido do recado
e alterar-lhe o destino!
E ele segue na batalha
despido de qualquer jaça
envolvido a mil nesta malha
entre desafio e desgraça.
A mãe comprime no peito
o leite branco, para quem
alimentar, se, escorreito,
viver, morrer, vai e vem?
Despido o menino tenta
mais uma vez respirar
à dúvida fatal que enfrenta:
sofrer mais em vão... ficar?
E fica e se perpetua
a mão sobre o ombro do mundo
leva consigo o recado
que a mãe lhe dera fecundo.
Menino, MATHEUS, moreno
mais milhas militarás?
mesmo merecidamente
menos mortes morrerás?
Walter Silva 29.08.1994
Recife-PE.
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