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Poesias-->Filosóficas ao gosto popular -- 11/06/2002 - 00:32 (Dante Gatto) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
I



É uma luta, sinto.

É mais: uma guerra

de mundos distintos

como céu e terra.



Vontades opostas!

Indivíduo vário

carrega nas costas

o teu vil fadário.



Vem a educação!

Seja lá qual for:

torna a criação

igual ao criador.



E vem o Estado!

Respeito a Bandeira,

atento soldado

das nossas fileiras.



Respeito ao brasão

e muito civismo

fazendo a nação

com patriotismo.



E vem as políticas!

O partido ensina.

Eu sei como ficas:

com mais disciplina.



E vem a igreja!

Afinal, a eleita.

Os mistérios eleja,

os dogmas aceita.



Rejeitas as normas?

Foges ao padrão

e não te conformas

com a situação?



Louco!

Subversivo!

Herege!

Traidor!

Dissidente!

Excomungado!

Pecador!

Imoral!

Vagabundo!

Desertor!



Mas se tua razão

- A amada verdade -

está no padrão

da moralidade.



Então és aceito,

até respeitado!

Serás, com efeito,

um cara cotado.



Que pobre ilusão,

és escravo apenas:

pássaros no chão,

despido de penas.



Conflitos à parte,

pensa no teu ganho

e vai, sem alarde,

seguir o rebanho.



Levas na retina,

indignação ígnea.

Muita adrenalina

na veia sangüínea.



Naquela quimera,

invisível nó.

Será longa a espera

como a de Jacó.



O teu pensamento?

Nem este é teu.

Já vinha no “vento”

que você recebeu.



Tuas pobres palavras?

Que triste deidade,

são meras escravas

da realidade.



A tua liberdade?

Uma grande piada,

mais um na cidade

em busca do nada.



Verdade... Verdade...

Que mundo precário!

A moralidade!

O instinto gregário!



Verdade... Verdade...

Efêmera, vã!

Por necessidade

mais uma manhã.



Verdade... Verdade...

Teu maniqueísmo

é mesmo vontade

de mais fetichismo.



Verdade... Verdade...



II



A velha roda dentada,

range na mesma risada,

segue na mesma picada

ao som da mesma toada.



O velho mundo passado

deixou um dente encravado

num lindo sonho dourado

como se fosse um pecado.



A mesma, mesma mesmice.

Falar de amor é tolice.

Lutar pela paz é sandice.

Foi meu chefinho quem disse.



Aquele amor reprimido,

por mim mesmo inconsentido,

não, não está esquecido,

mora em meu peito ferido.



O velho mundo cariado,

o futuro idolatrado!

Esse valor repassado,

Valor desumanizado!



Subir a correnteza cansa,

Já não tenho mais esperança,

Já não sou nenhuma criança,

eu também entrei nesta dança.



Não, eu não sou nenhum bobo,

sei como queima esse fogo,

não cedo a nenhum rogo,

respeito as regras do jogo.



Queima as minhas narinas,

molha as minhas retinas,

mas tem as suas vacinas,

mas tem as suas propinas.



A velha roda dentada,

range na mesma risada,

segue na mesma picada

ao som da mesma toada.



A velha roda dentada!



Dante Gatto

gattod@terra.com.br

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