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Poesias-->MARIA FERRUGEM,SEMPRE NA LINHA -- 23/06/2002 - 16:50 (NILTON MANOEL) |
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Pobre e podre Maria
que nunca saiu da linha.
Não apita, nem resfolega!
Não faz fumaça,
nem solta vapor.
Pobre Maria,
Maria Fumaça,
do Ribeirão Preto de outrora...
Sozinha na praça,
é um tempo que se foi...
Monumento
de momento atraente
aos olhos de tanta gente
e muita gente não a sente
nem a vê...
Maria...
Maria que nunca saiu da linha...
Teve o auge da fortuna
em seu brilho social.
Foi do ouro-verde, estrela,azul.
Especial!
Hoje? sozinha! no desvio,
deprezada, não clama por nada,
no seu humilde postal
de cenário de fotos domésticas...
Pobre Maria´fumaça,
sem assistência social.
Maria em sua história,
talvez tenha pela história
um guarda chuva ou cerca de farpas
e as máquinas de foto
não a focalizarão turística
aos pés das águas semi-barrentas
do ribeirão Preto,
todo ladeado por cansadas palmeiras
tendo ao fundo as linhas de concreto
da cidade em parte central...
Maria perder-se-á no tempo?
Talvez!
Talvez saia da linha
num cenário comercial,
e se transforme em sucata...
sucata da história
de uma cidade rica de poesia,
que perde aos poucos tudo:
a sirene e os relógios da Paulista,
as sereias da fabrica de vidro,
o cheiro do matadouro
e o movimento da Baixada.
Quem sabe se um dia
nas áreas do mercadão
nasça um cingapura
para dar vida a população.
1978,vila tibério.
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