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Poesias-->a chuva -- 29/06/2002 - 18:09 (gisele leite) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Chove agora todas as lágrimas que jamais verti

Chove agora todas as mágoas que jamais confessei

E dói no corpo e na alma este vento frio

Os pés molhados a caminhar a ermo



Chove os primas desconhecidos

embassam a visão

conturbam a compreensão

a sonolência e o cansaço

adormecem minha alma como uma cantiga infantil

e repetitiva

penso em protestar...

vou protestar

erguerei um obelisco,

um impávido colosso,

um grito seco que não adquire som

E calado sigo ao sono

como se fosse para a morte



De nada me adianta pensar,

retrucar

o destino e a chuva são absolutamente

irrevogáveis...
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