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Poesias-->DEZEMBROS -- 11/06/2000 - 09:35 (Abilio Pacheco) |
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Quando Dezembro chegar
Meu mano e uns conhecidos
Reunidos todos em festa
De copos cheios na mão
Cantarão, me abraçarão
E hão de quebrar
Em meio a risos e risos
Uns ovos em meus cabelos.
Quando Dezembro chegar
Não serei mais o mesmo
Contarei mais umas rugas
Uns tantos fios a menos
E outros claros a mais.
Quando Dezembro chegar
Estarei na face fria
Do mesmo espelho que há anos
A rir de mim para mim
Vem sempre me revelar
O que o tempo vem esculpindo
Em meus rosto dezembral.
Quando Dezembro chegar
Terei juntas mais duras
Movimentos mais lentos
Mãos um pouco mais trêmulas
Cansados olhos castanhos
Ralos cabelos grisalhos
E não entenderei gíria alguma
Que os meus filhos disserem.
Quando Dezembro chegar
Onde estarão os amigos?
Os ovos? Os copos?... Quebrados!?
Os filhos estarão casados.
O espelho velho embaçado.
Os filhos dos filhos crescendo.
E os olhos de mim... quebrados.
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