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Poesias-->O SOCIALISMO MORREU? -- 11/07/2002 - 23:06 (medeiros braga) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




Outubro de dezessete!...

Os revolucionários

De toda Rússia hasteavam

O lábaro dos operários!

Abolia-se com altivez

Do preconceito burguês

Os mecanismos usurários!





Um sistema de governo,

Sem que houvesse explorado,

Pela primeira vez num país

Estava sendo implantado1...

E a marcha reta, segura,

Conduziria à ditadura

De todo proletariado!





Na história registrava-se

A maior revolução

Sócio-econômica e política

Que já teve uma nação!

Radical era mudada

A propriedade privada

Dos meios de produção!



A nova proposta exposta

À prática revolucionária

Tornaria a propriedade

Toda auto-gestionária!...

A terra, fábrica, comércio

Não mais fariam de néscio

Aquela classe operária!





Ficavam estabelecidas

As fases de transição,

Para se atingir as metas

Que previa a revolução...

Pois, tinha a propositura

De implantar a ditadura

Do Proletariado-em ação!





Dar-se-ia na primeira fase,

Com o fim da propriedade,

A remuneração do operário

Conforme a capacidade

Que ele pudesse cumprir

Pra se poder produzir

Os bens pra sociedade!





O operário enfrentaria

Um estágio ainda falho,

Convivendo com a moeda,

Preso às tarefas do malho!...

Mas, seria revolucionário,

Mesmo ganhando o operário

Conforme fosse o trabalho!



Mas, na fase posterior

Da futura sociedade,

Com as fontes de produção

Jorrando em capacidade,

Já tudo seria comum,

Pois, iria ter cada um

Segundo a necessidade!





Seria esta toda a prática

Que a teoria científica,

De Marx e Engels, traçou

Para a economia política.

Vindo à luz da dialética

Com as minúcias e ética

E extensa análise crítica!





No entanto, os operários

Não concluíram a lição

Como autogestionários

Que previu a revolução!

Frustados e sem vitória

Foram jogados da história

Sem mais participação!





Ainda com Lênin à frente

Da Revolução Proletária,

Já uma oposição aguerrida

Nascia na classe operária

Protestando, em desafios,

Os desmandos e desvios

Da trilha revolucionária!



Sucedido por Stalin ,

Burocrata e ditador

Este, então, se fez tirano,

Castrando o trabalhador!

Centrando bem mais ação,

Extinguia-se a autogestão,

Esse agente politizador!





A classe trabalhadora,

Pivô da transformação,

Perdia espaço com Stalin

Que acabou a autogestão,

Dando vez, por meios vários,

Aos antigos adversários

Da própria revolução!





Implantado o socialismo,

Ainda em fase primeira,

Já no primeiro quinquênio

Se infiltravam na fileira

Dos seus revolucionários,

Conhecidos reacionários

Do lado oposto à trincheira!





Ex-diretores de empresas

Herdados da burguesia,

De indústria, banco, comércio,

Com a sua ideologia...

Em nome do crescimento

Todos foram tendo acento

Na política e economia!



Um Conselho Superior

De Economia Nacional

Elaborava um programa

De forma unilateral...

A matéria-prima, o insumo,

A produção e o consumo

Ditava um Plano Central!





Com isso, a autogestão

Das fábricas por operários

Que discutiam em grupo

E em comitês necessários,

No que pese a resistência,

Ia perdendo a essência

E o ardor revolucionário!





A gestão de um só homem

Sobrepondo-se ao coletivo

Castrou esses comitês,

Fez do operário um cativo

Sem direito a discutir,

Planejar e definir

Por meio participativo!





A classe trabalhadora

Isolava-se da discussão,

Deixava de ser ouvida,

Tinha um confuso patrão!

Os discursos, a demagogia,

Só mostravam que havia

Muita tergiversação !



A Ditadura Proletária

Que seria posta em prática

Em favor da grande massa

Com sua ação democrática,

Foi permutada em seu guia,

Mas, em prol da burguesia

Elitista, burocrática!



Rompia-se, assim, o diálogo,

Instalava-se a burocracia,

Um estágio de monólogo

Dos gabinetes surgia!...

Pra burocratas, espiões,

Altos salários , mansões,

Com completa mordomia!





Lá fora, nas praças públicas,

Nas fábricas, nos sindicatos,

No comércio, nos serviços,

Escolas, campesinatos,

Era uma classe excluída

Da riqueza produzida

Pelo poder dos seus atos!





Foi assim que se formou

Uma forte burocracia!...

Golpeando o socialismo,

Violentando a democracia...

Stalin só fez crescer,

Com os sicários no poder,

O terror e a tirania !



Duas classes antagônicas

Surgiam no novo estado.

Uma era a classes operária

Que retornava ao passado!...

A outra de burocratas,

Os novos escravocratas,

Novos tiranos de estado!





Em nome dos proletários

Vestidos de marxistas,

Enganando os operários,

Insistiam seus golpistas

Que esses atos, arbitrários,

Eram revolucionários...

Do mundo socialista!







Muitos erros praticavam

Associando ao marxismo,

Engels, Lenin, Plekanov,

Faróis do socialismo !

Exploravam e oprimiam

E outros males cumpriam

Em nome do comunismo!





Mais na frente Gorbachev

Que devendo consertar

Muitos erros do passado

E um novo andamento dar!...

Com a mais pérfida lição

Pratica a maior traição

Que se pode imaginar.



Sob o lema da “Liberdade

Política”- nova, estóica...

E da “Moderna Economia”

Com sua eficácia heróica,

O Leste Europeu calava

E aos golpes capitulava

Da Glasnost e Perestroica!





Com a Perestroica, Glasnost

Que Gorbachev implantou,

E o populismo de Yeltsin

Que na Rússia se espalhou...

Num engodo que insinua,

O povo foi para a rua

E o socialismo estancou!





E, assim, todo processo

De proposta socialista

Foi, brutal, interrompido,

Perdeu o rítmo e a pista!...

E a classe trabalhadora

Sentiu a mão opressora

Do burocrata elitista!





Setenta anos de luta

Na Rússia, a revolução

Caia aos golpes grotescos

Sem a menor hesitação!

E a camarilha do Kremlim

Põe Marx, Engels e Lenin

Na mais trágica inquisição!



Se todo dia tem sua noite,

Tem toda história traição!...

Todas fases estão repletas

De golpes, conspiração!

Sob os mais vis artifícios

Sucumbiam os sacrifícios

Da grande revolução!





A forte “União Soviética”

Até então respeitada,

Temida pelos ianques,

Pela opressão rejeitada,

Abafada em sua voz,

Caia aos pés do algoz

Vencida, frágil, humilhada!



A célebre frase de Marx

Exortando os proletários

Dos países a se unirem

Para se impor aos sicários,

Foi excluída da memória

E riscada da história

Com seus revolucionários!





De todas essas nações

Que ao socialismo optaram

Tão-somente China e Cuba

E outras poucas não tombaram.

Porém, a chance é sombria

Pois, elas da rebeldia

O grande grito escutaram!



O que teria ocorrido

Pra gerar todo esse estorvo,

Pra debilitar o poder,

Troca-lo por outro novo?...

A raiz da fatalidade

Foi a falta de liberdade

Política de todo um povo!





Foi o fruto das guinadas,

Da incoerência, opressão,

Da burocracia excessiva,

Descompromisso, traição,

A causa fundamental

Da derrocada final

Da grande revolução!





E, assim, o socialismo

De todo Leste Europeu

Interrompeu o seu curso,

Um grande golpe sofreu!

Preso ao nó pela garganta

O mundo inteiro pergunta:

O SOCIALISMO MORREU?







Não!...pode morrer, é possível,

A mais velha experiência!...

Podem, sim, morrer nos homens

Os sonhos de independência!...

Mas, jamais, desmoronado

Será o que foi montado

Sobre o pilar da ciência!



Morreu, sim, dos utopistas

Os falanstériosos de Fourrier,

Que sem base científica

Não foi possível manter

Mil homens arando a terra

E enfrentando a hostil guerra

Que lhes declara o poder!





Sucumbiu a New Lanark

Que Robert Owen sonhou

Tornar um dia essa fábrica

Num modelo libertador,

Onde a justiça e a igualdade

Trouxessem a estabilidade

Pra todo trabalhador!





Mas, na Rússia se escrevia,

De Marx e Engels, a lição

Nos caminhos pecorridos

Para uma emancipação!...

Em cada linha, em cada passo

Já se previa o embaraço

Que teria a revolução.



Era na fábrica o operário,

Esse agente sem vanglória,

Quem gerava a produção,

Quem produzia a história.

De foice e martelo à mão

Campo e cidade em união,

Consolidavam a vitória!



O verbo de Plakanov

Despertara o camponês!

Lênin do exílio gritava

Dando combate ao burguês!

Só, assim, pôde a eclosão

Da grande revolução

De proletários ter vez!





Morto Lenin os compromissos

Das práticas marxistas

Foram todas arrebatadas

Às lideranças classistas!

Sob os golpes da opressão

Quedava-se a revolução

Nas traições stalinistas!





Remontemos a pergunta:

O socialismo morreu ?...

Não morreu o socialismo

Nem o lá do Leste Europeu!

Enquanto houver um vivente

Com liberdade na mente

Ele estará nesse “eu”.





O socialismo científico

Não há de morrer, jamais.

Acima de sonho, ele é fruto

Dos mais nobres ideais!...

Onde o homem rude, insano,

Se transforma em ser humano

Voltado à justiça e à paz!



Morreu, sim, a experiência

De um sistema ineditado,

Quando teve a revolução

Seu curso escamoteado!

Morreu já quando à altura

Abafava – se a ditadura

De todo proletariado!





Disse Engels: se a justiça

E a verdadeira razão

Até hoje não governaram

Dando ao mundo a solução,

É porque nenhum pensar

Soube nelas penetrar

Com a devida precisão!





Quando todos entendermos

Que não há mais condição

De se viver em algum país

Sem teto, roupa, nem pão...

Naquilo que acreditamos

Por ele unidos marchamos

E os sonhos retornarão!





Porque é o socialismo,

Que não se concretizou

Nem mesmo naquela fase

Onde o porvir se avistou...

A verda eira eclosão

Da justiça e da razão

Pra todo trabalhador!



Levemos o socialismo

Aos operários cativos!

Externemos da consciência

Os sentimentos altivos!

Revivamos os libertários,

Marx e Engels: “Proletários

De todos os países, UNI-VOS!!!”



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