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| Poesias-->MÃOS DE FÉ -- 21/07/2002 - 14:00 (Gerson de Moraes Gama) |
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Paro no sinal de trânsito e nem percebo
Que o mundo lá fora gira freneticamente
Não ouço os gritos de dor e angústia
Que rodeiam meu carro reluzente.
Tudo parece crepúsculo, e nada faz sentido
As pessoas parecem não ter vida
E a morte está sempre presente em cada
gemido.
Mas mesmo assim eu não ouço nada.
Atendo o celular e as visões do cotidiano
não atingem minha álma.
Os passos e as mãos desesperadas, não
são vistas por mim.
Todas as sensações que sinto, são passadas
pelo meu carro, frenesi de consumo.
Sou sacudido pela multidão ao meu redor
Fico assustado, por que não sei o que é,
Desligo o celular e sou arrancado do meu corpo
por mãos sedentas por alivío que se vingam de
minha inércia.
Minha mente desperta de um sono profundo,
Desesperado procuro no bolso da calça a minha Fé.
Acordo em fim do sonho por uma voz que me diz:
"Sóis bem vindo ao reino do Senhor"
Tudo parece real, mas é um sonho ou será que não!
me pergunto.
Não é um sonho!! diz meu interlocutor, você está no degrau
de cima e esta é a casa de Deus.
Mas como pode, se não acredito em Deus!
Meu filho! você foi salvo do inferno e da ira do senhor,
Mas por quem? volto a indagar.
Pelo Zé!
Pelo Zé? quem é Zé?
É o menino que você atropelou e cujo o corpo estava debaixo do
seu carro.
Mas porque ele fez isto?
Porque uma criança representa Deus na terra, e aquele menino foi sua
MÃO DE FÉ!!!!
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