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Poesias-->Um rosto a cada dia -- 22/07/2002 - 03:34 (Lizete Abrahão) |
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Um rosto a cada dia
Lizete Abrahão
A cada instante uma máscara é vestida
Há um rosto branco, ausente repetido
Que flutua sem nome, sem ruído, dividido
À espera de uma voz que lhe traga vida
Olhos de estátuas adormecidas como rochedos
Fechados, suspensos como um momento
Mundo de esculturas,sem frontes ou vento
Respiram, sem ver o tempo entre os dedos
Imagens mudas caminham como em sono
Entre um momento e o minuto posto
Corpos tomando espaços sem rosto
Não há saudade nem doce abandono
Mas o homem, para ocupar a noite vazia
Veste o que costurou nas horas mortas
Da verdade, quebra vidros das suas portas
Mentiras de sonho nascem como o dia
Então, sai das trevas o que não é de seu
Intacta a luz, no gesto de cada miragem
Abre-se inteiro como uma densa folhagem
Mostra um rosto que o tear da vida teceu
Sob o avesso dessa revelada visão
Escondem-se lembranças e a alma total
Rosto irreal...ponte entre o ser e o real
Cada face cumpre o papel que tem à mão
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