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Poesias-->Um Adeus -- 15/06/2000 - 16:46 (Fernanda Guimarães) |
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Corpo encarcerado, olhos cegos
Perdida na nascente dos teus lábios
Na capacidade de te querer sempre
Sequer vi os abismos abissais
Que nos ilhavam um do outro
Julguei-me eterna, infinita
Na memória dos teus passos
Nas trilhas do teu coração cansado
Ignorei tuas emoções incônditas
Que ora me apontavam como horizonte
Ora me renegavam ao sonho do impossível
Foste te enredando na tua impotência
Arrefecendo meus vôos e desvarios
Teceste no burburinho da tua alma
Caminhos de solidão, gritos de silêncio
Cerceaste minhas opções na tua pulsão
Definindo minhas rotas e traçados
Com tuas cartas, navegaste meu barco
Levando-me para onde não irias
Não me deste a conhecer teu gosto
Tiraste-me o néctar dos teus beijos
A fantasia do calor de teus abraços
Retinas sombreadas, continuei a sonhar
Na furtividade de um crepúsculo
Declinaste tuas verdades amargas
Vestiste uma lágrima incontida
E te foste, deixando meu coração desnudo...
© Fernanda Guimarães
Em 31.05.00
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