LEGENDAS |
(
* )-
Texto com Registro de Direito Autoral ) |
(
! )-
Texto com Comentários |
| |
|
Poesias-->Caminhada -- 25/07/2002 - 17:50 ( Alberto Amoêdo) |
|
|
| |
Nada muda nesse meu sobrado. As paredes caem,
Ao redor as árvores morrem, poeiras e folhas secas ocupam as mesas na varanda, as janelas estão enturvadas, enquanto o mato cresce e esconde a casa.
Contas chegam atrasadas, conta histórias as escuras com a voz cansada.
As vezes não tem água, muito embora a chuva valse no telhado.
As portas enferrujadas não recebem visitas e quase todas as madrugadas vejo estrelas assentado na calçada.
Lembro da infância, lembro dos camaradas, penso na vida, rogo a morte, mas acabo não fazendo nada.
Os amigos que me veem pela rua olham e aqueles que devo pagar ficam inclinados.
Passam as horas e a esperança continua facinada, embora o céu limite as dádivas, a lua e a rua, permanecam feito cidades paradas
Fecho os olhos em cada amanhecer, mas não saio dessa estrada.
É assim que se fala quando a luz do quarto está queimada.
|
|