Separou os meus momentos, me deixou num ir e vir da luz mais clara. Andava pela rua a sentir o ar mais quente da boca, que só amornava embebidos em teus seios, bem nascidos.
O corpo todo incendiava e se queimava em suor, quando em par com os teu, vilipendiando tudo, nos amavamos, nos feríamos, nos mordíamos...Sonhavamos.
Até que o mundo nos disse que éramos proibidos.
Amantes por anos continuamos.
Em nossa caverna não entrava o tempo.
Tinhamos tanta saudade que fugíamos em estradas perigosas.
Nos amamos, vimos o sol e a lua.
Vimos a flor.
Nos desgastamos... E eu dei os primeiros passos pro precipício.
Você disse que me amava e já cuidava pra calado permanecer.
Não falava nada, porque aprendi só a sentir.
E muitas vezes te olhava, esperando que tu pudesse me entender.
Você cansou... Já não me beija, já não fazemos amor, já não me ligas e quando ouves a minha voz atende a outro como se eu fosse a qualquer um falar.
Não sei o quanto é tarde, só sei que por você, ainda tenho o amor.
Vou sofrer, como estou sofrendo com os teus descasos.
Vou aprender como estou aprendendo com a versão do teu sentimento.Ditou-me esta sina e agora diz adeus como simples passageira.
Os meus erros,
O meu pecado,
O meu amor estão vivos, latentes. Em mais esse escuro que as horas, ao sair da caverna, me revelou.
Suportar a dor é a única saída desse amor já agonizado.