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Poesias-->Uma Estória Gaudéria -- 08/08/2002 - 00:49 (Roberto de Lima e Souza) |
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Uma Estória Gaudéria
O chiru e a campesina se conheceram
Na noite fria de luar dos Pampas
As estrelas uruguaianas
Testemunharam naqueles pagos
O primeiro beijo trocado
E um abraço forte
Pelo vento acalentado
Eia bugio atarantado
Apaixonou-se pela donzela prendada
Que por muitos apreciada
Foi logo quedar-se por ele amante
E o pensar pulsante dos enamorados,
Que habitavam em leitos separados,
Fazia planos de qualquer jeito.
Amontoaram-se então, os panos e os pelegos
Em cima dos tordilhos companheiros
Foram se debandeando ligeiro
Ganhando chão campo afora
Viajaram sete auroras
O chiru e a campesina pelos Pampas.
O inverno já era passado
E as flores de primavera presenteavam:
As paisagens sulinas,
A china formosa
E o peão espevitado
A alegria se esfusiava
Era lua de mel naqueles condados
Era contentamento contado
E um ventre que se desevolvia
Como fruto do amor jurado.
Depois de quarenta semanas
Nasceu o guri
Passando um tempo... a guria
E mais ou menos assim
A estória gaudéria se repetia
Nos luares de inverno,
Belos dias de primavera,
Nas cálidas noites de verão,
Ou quando no outono,
Folhas eram varridas pelo Minuano.
Mas, os tempos e as estações
Não importavam tanto
Os peões e as prendas, sim
E também os seus rebentos, é claro.
O chiru e a campesina tiveram um só coração
Que o mapa do Rio grande, acabou tomando forma.
Foram morar depois
Em Santa Maria da Boca do Monte,
Bem no meio do estado
Para viverem como mangrulhos eqüidistantes
De todo lugar deste chão amado.
Para suas estórias contarem
À memória deste povo bravio
Que tem o legado do amor nativo
Bem guardado dentro do peito
Nesse rincão campeiro chamado
Rio Grande do Sul.
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