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| Poesias-->Papai venha cá...que preciso brincar contigo, -- 10/08/2002 - 18:29 (Agostinho M. da Costa) |
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O retrato do passado enevoado de cinzas
Umedece o medalhão da saudade,
Com ele chega tua poesia... adormecida
Momentos teus que foram meus
E, que não esqueço, jamais...
Pai...
Um amante à moda antiga, cortejando nossa mãezinha!
Com flores sempre bem recebidas, para a Aurora que sorria...
Amada como à Virgem Maria, que nos amava sem mentiras...
Era cúmplice nos olhares, quando por nós era flagrado...
Pai...
Tu para mim eras guerreiro carregando tua farda
Não sei se da cavalaria, ou quem sabe infantaria?
Mas para nós era soldado, quando te via zangado, pensava quanto era brabo
Mas o choro te traia...
Pai...
Estudaste em Seminário, espalhando semente de amor...
Auréola da bondade sempre fora respeitado
Carregava tua cruz, mostrando-nos à verdade
Da palavra de Jesus...
Pai...
Sem ti descobri outras trilhas, pisei em espinhos, não segui tua vontade!
Penei por essa falta, adormeci nas fantasias, amarguei muitas mágoas,
Escondi minhas tristezas abracei outros caminhos.
Fingi que era feliz, não pensei que te angustiava...
.Pai...
Não consigo esquecer dos ensinamentos entediados
Quando cansado do trabalho, querias saber tudo de mim
.Mostrava o teu passado, depois me fazia dormir...
Pai...
Entregando tua ternura, embalada pela canção!
Que de ti sempre ouvia no sonoro violão
Saudava-nos com carinho, fingindo não sentir dor!
Por isso era muito querido, tinha alma de sonhador.. .
Pai...
Meu velho que nunca foi bandido
Prendo-te na minha memória ferida
Dentro do cortinado da vida, será o meu amor querido
Que os meus pensamentos vão guardar...
Pai...
Eu cresci arrependido por não seguir teus conselhos
Deixando meus olhos vermelhos por pensar saber mais...
Por que tu estavas gagá não podia me acompanhar
Eu era o dono do mundo...
Pai...
Quero dizer-te que não sou a tua criança
Mas é você e mamãe que quero um dia
Encontrar dentro dos meus caminhos
Por que não amei ninguém como a vós...
Pai...
Relembro teu sorriso cansado
Quando acompanhado da morte
Não queria fazer-me sofrer
Ao não dizer que não poderia mais ter você...
Pai...
Sei que não te disse o “Eu te amo”
É que pensei ser homem como agora, e tu poderia não entender
Pensando o que eu poderia ser um semelhante igual a você...
Pai...
Estou só foram embora os amigos
Sente aqui e responda sorrindo
Que é assim que quero te ver
Por que não desce do céu um pouquinho
Para cantar com seu filho querido
Aquela canção de ninar...
Pai...
Lembro de um pensamento, que a renúncia é um dom, que trazemos do berço...
Tudo aqui que é bom, eu sem ti não mereço,
Como nos temporais... sem ti vivo com medo...
Pai...
Não me deixe no escuro do quarto, sem me agarrar nos teus braços...
Atendas meu pequeno desejo, de alisar os teus cabelos, apertando-te no meu peito..
Como antigamente que não querias brincar...
Pai...
Desça aqui! Deus está comigo
Pra ele fiz oração pedindo perdão
Por não ouvir teus conselhos
Que a vida não é sempre canção...
Pai...
Saia como cavalo alado, deixe os anjos abobados venha teu filho curtir
Jogando uma bela pelada, ou brincar de mocinho, porque quero ser o bandido
Que quando brincávamos, tu não deixavas...
Pai...Pai!
Estou só, estou com medo preciso um dia te encontrar
Não vou ralhar contigo, quando na campa que um dia
Levou-te da minha vida não atendendo meu chamado
Para que levantasse do frio que eu queria brincar...
Pai...
Não ligue para essas lágrimas largadas, vou fechar o cortinado da saudade com teu legado...
Que revejo todos os dias..
Mas não esqueça que um dia, vamos brincar de mocinho...
Ou será de cavalinho? Não importa pai...Comigo vai caminhar...
Pai...
Não chore seja feliz, passou o medo eu cresci!
Precisava lembrar de você, porque não quero esquecer o quanto por ti fui amado!
Menti para você meu bandido, só queria brincar contigo, neste dia de Domingo...
Quando os pais são reverenciados...
Pai...Pai!
Obrigado por essa confissão...mas não chore paizinho
Por que não morreste...estás vivo dentro do meu coração!
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