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Poesias-->Ultimas Palavras -- 16/08/2002 - 20:25 (paulo izael) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




Ultimas Palavras.









Ó, luz !

Porque ainda

Insistes em clarear-me,

Se há muito,

Emudeci, perdi o brilho,

O desejo de viver e

Fui esquecido nas penumbras

Do abandono amoroso ?



Ó, vento !

Lá fora, ouço-o em murmuro.;

Uivando solitário, à minha procura,

Num assobio intimidador e traiçoeiro.

Sinto-o zangado por ter sido excluído

Deste meu último momento de lucidez.

Não mais necessito do teu ar.



Ó, amor !

Nunca fizestes nada

Para que eu fosse amado.

Então porque lembrar-me

Dos momentos de ternura

Onde não havia possibilidade

De se concretizar sequer um beijo ?



Ó, tristeza !

Quanta afinidade

Tivemos nesta existência !

Pena que a intimidade seja

Interrompida nesta partida

Não anunciada, mas esperada.



Ó, morte !

Chegastes atrasada.

Há muito clamo por tua presença.

Agora já não tens serventia

Para abreviar minha jornada.

Falta-me o ânimo que alimentava

Minha cética fé e regia meus batimentos.

Com dissabor, anuncio meu fim...







Paulo Izael







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