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Poesias-->A inocência perdida -- 17/08/2002 - 17:58 (Amauri Junior) |
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Hoje olhei-me no espelho e quiz
Olhar a minha essência,
Qual eu via a minha face.
Infelizmente...não pude fazê-lo.
Então, por um breve momento que fosse,
Retroceder no tempo quereria.
Lá, a minha essência perdida,
Vagueia absorta, extasiada,
A percorrer como fluidos,
A pequena criança de um distante passado.
Ah! Se soubesse eu! Se eu soubesse -
O que me aguardaria no desalmado futuro-
O tempo, pararia-o, se assim pudesse.
Segredo aquele, singular nos deuses -
Nos quais não me fio - desejaria-o ter,
Que fosse por um débil instante:
Faria tudo o que fiz,
Amparado por minha singular essência,
Tal digna de poucos homens .
Essência aquela, que me proporcionara
A incência perdida.;
A tão ansiada inocência perdida,
Cujo o valor inestimável,
Impede-me de a ter hoje.
Ah...que saudades dela!
A frágil lembrança sua,
Abre-me mais ainda
A enorme fenda no meu peito.
E o meu coração?
Que me não ajuda a findar de uma vez
com este padecimento.;
Que para tal,
Bastar-lhe-ia apenas estacar.
Mas não...ele não cede!
Ah... se pudesse eu parar esse coração
Que insolentemente
Bate involuntariamente!
Sendo assim, terei de o esperar estacar
Por uma via mais penosa: esperar que a
Cova, que se abre no meu peito,
Aumente,
Para que assim engula-o
E deixe-me, enfim, descansar .
AMAURI JUNIOR
S.PAULO,10/08/02.
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