Deixa-me ficar na tela,
No sossego dos movimentos agitados.
Onde as palavras são escassas
E os sons vivem em silencio.
Aqui sou o que quero...
Anjo, pássaro, musa, cinderela
Tiro e coloco mascaras
Ao som dos clarinetes.
Aqui faço o que quero...
Visto e dispo armaduras
Sedas, corpetes, censuras
Com fios que as aranhas tecem.
Aqui sinto o que quero...
Entro em guerra com palavras
Fico nua de impurezas.
Aqui falo do que quero...
De viagens ao infinito,
Das profundezas do mar,
De injustiças sociais.
Aqui sou, faço, sinto, falo
Tudo o que quero
Por isso,
Deixa-me ficar na tela. |