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Poesias-->A FOTO NO JORNAL E A FAROFA DA CIDADE -- 21/08/2002 - 21:37 (Djalma Monteiro Pinto Filho) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A FOTO NO JORNAL E A FAROFA DA CIDADE

Djalma Filho





depois de tanto tempo

juntos, juntos

pusemos o descansar de lado

e fomos à luta até vencer

contra tudo

- do inconsciente à razão -

contra todos

- da elite ao populacho -

revoltados pela causa, inconformados

pelo diapositivo lambilambeado de amor.



atenta,

a imprensa formou passeatas.

As letras,

maiores até que retratos, falaram

do beijo publicado na primeira página:

— “ É O FIM DA FAMÍLIA!”



vestido,

o beijo registrado, com dia, mês e ano,

incomodou os hipócritas do tempo escuro

- da sala, da consciência, do cinema –

enquanto a nudez ganhou visto e saiu às ruas

- pelos cartazes, pelas bancas, pelos postes –

exposta e visível à visitação pública.



As mulheres sem orgasmos

guardaram a publicação, escassas

despiram-se para seus maridos

exigindo prazer, já! Imediatamente,

senão andariam nuas de jornal, tão à-toa

quanto aquelas mulheres com batons e beijos naturais.



Os homens sem felicidade

compraram o tablóide rindo, rápidos

guardaram-se para as amantes

exigindo carinhos, já! Urgentemente,

senão iriam à casa das ruas, tão estúpidos

quanto aqueles homens de olhos fechados pelos jornais.



Na foto,

escandalosas bocas trocam-se

de fato,

com as línguas, de fato

suaves, fartando-se em sabores.



Instantânea,

salivas escorridas misturam-se

no canto

da boca qual rio no cio

umedecido descuido ao bel-prazer.



Assustados,

na falta do três por quatro

ultrapassado,

sem baldes molhados, os lambe-lambes,

extintos, registraram toda a farofa da cidade.





depois de tanto tempo

juntos, juntos

pusemos o descansar de lado

e fomos à luta até vencer

contra tudo

- do inconsciente à razão -

contra todos

- da elite ao populacho -

revoltados pela causa, inconformados

pelo diapositivo lambilambeado de amor.



depois de tanto tempo juntos,

juntos, me perdoem os moralistas,

tivemos coragem de soprar a farofa no ar:

seu casamento,

mal-acabado,

findou sem nunca ter começado,

meu quase noivado,

tão burocrático,

sofreu de outra crise hepática.

E, únicos, caímos na boca da cidade

onde nascemos, crescemos e nos encontramos

flagrados juntos como amantes únicos,

com dia, mês, ano e idade,

na primeira página, mudando a rotina

dos convencionais beijos de praça.

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