Eu sou a voz do passado,
A alma do escarro,
A sombra da murmúria.
Sou assim:
O nascer de todo dia,
A luz que, já tardia,
Resplandece no horizonte.
Eu sou a ingratidão e o descaso,
Último pingo de lamentação,
Versos efêmeros da angústia!
Sou assim,
Paradoxo incapacitado
De criar sentimentos alusivos.
Porém, assim,
Feliz com o que almejo,
Sinto vontade maior
De viver sobre o fim
Das lamúrias perdidas!
Sou e serei... assim. |