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Poesias-->O final da história real -- 02/09/2002 - 21:14 (Isabela Mendes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O final da história real



Sssssshhhhhhhhhh! Ela está dormindo!

Bem que eu falei que ela gostava de neném.

E era justamente por gostar que não queria.

Tinha medo de fazer mal à criança.

Tinha medo de passar-lhe pelo umbigo

seus pensamentos que contaminassem

porque ela tinha muita dor consigo.



Se fosse em próprio ventre tinha medo

Mas de tanto o corpo ela cuidar,

mais de nove meses sem o usar,

a alma inteira se entupiu de nada.

De um nada lindo e prateado o cinza.

Um nada calmo e desesperado.

Porque tudo passa de passar

E o desespero dela era o de ficar.



Quantas dúvidas, quantos nadas

que quando expressam páginas viradas,

descompassadas do correto ritmo

que surpreende tanto até os ígneos.

Da novidade ela extraiu cansaço

pois com mais sol e peso deu suor,

e com mais sins e nãos se fez a dúvida.



Mas bem que os nove meses não eram dela

– e que passaram num sopro de tempo.

Quando ele foi fugir do seu tormento

fez colorida a poeira de voar com o vento,

enegrecida a sombra de chorar a chuva.

E então de nove meses esquecidos

– fora o brilho de esquecer inicialmente -

fora o medo de lembrar a todo instante

veio-lhe a notícia assim de repente.



Senhora nova, era menor de idade.

E sempre escondia o que pensava e bem.

Mas agora que embalava a neném,

ela mostrava a dona que não ia ser.

Ela já era - e isso ninguém discutia -

alguém que sabe e ama docemente

o terno silêncio da neném dormindo.



Então dormia a nenenzinha dele

- que não era dela e sim de outra moça -

Contudo ela nem se lembrou da dor.

Nem lembrou dele - antigo amor negando.

Nem lembrou a si - antigo amor sofrendo.



Quando ela embalou a nenenzinha

se esqueceu que um dia tanta confusão

a envolveu sombrio o próprio coração -

que lembrou-lhe o feto o fato da renúncia dele

... em vão.



Ela sonhou os nove meses todos.

E a vitória veio em forma de criança,

beijou-lhe a alma do corpo que não a carregou

e soprou pra longe a desesperança.
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