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Poesias-->O Clamor de Jó -- 04/09/2002 - 00:54 (Elsio Hyppolito de Oliveira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




O CLAMOR DE JÓ









Sentado sobre cinzas, solitário...

Jó contempla em prantos o firmamento.

E eis que um bólido flamejante

surge no céu, precipitando-se entre astros

e sumindo, quem sabe...? Num oceano distante.



E Jó lembra sua queda formidável...

Outrora astro...Hoje pó...

Nada há mais nele, que lembre o antigo esplendor.

Se misturando a telúrica matéria,

hoje ele é pó e em pó se assenta.



Os filhos se foram, não mais o alegram.

A esposa o incita a blasfemar.

Os amigos que lhe restaram,

só têm palavras para o condenar.



E Deus...? Por que se ausenta...?

Deus é bom...! Deus é pai...! Deus é justiça...!

Por que Deus havia de o deixar assim...?



E mais uma vez seus olhos cansados

Aos céus se erguem...E brada...

Acaso não tinha sido ele justo...?

Acaso não havia ele amado a todos...?



“Contemple... Oh Deus...! Em tua grandeza...

A minha fragilidade...A minha fraqueza...

O meu corpo de chagas todo coberto.

Mas...! Antes de tudo...Oh Deus...! Contemple...

A minha alma...



Há nela uma chaga muito mais densa.

A chaga da dúvida... A chaga da descrença...

Restitua-me os valores em que acreditei...

Restitua-me a fé que tinha em tua justiça...”



E Jó assim nesse estado, quase que irracional...

Não sabia...! Que ele era apenas uma vítima divina...

De uma aposta que ouve entre o Bem e o Mal...

























































































































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