LEGENDAS |
(
* )-
Texto com Registro de Direito Autoral ) |
(
! )-
Texto com Comentários |
| |
|
Poesias-->Despedida -- 29/06/2000 - 17:29 (Anita de Souza Coutinho) |
|
|
| |
DESPEDIDA
Estou indo embora
Da tua hora de partida
Sou cínica e geada
Chego sem beijo de despedida
E tão ousada na postura
Incrédula, meio esquecida.;
É sua hora de partida...
Vim te dizer adeus
E cheguei atrasada
Pouco aflita, meio consumida
Calada, sem graça
Assustada
Pela tua falta de poema
Teu silêncio desmedido
Tua ânsia desdenhosa
Nem amigo nem querido
Me faz pouco falsa e ainda charmosa.
Inquebrável jarro medieval
Peça usada,
Trincada e valiosa.
Cheguei ainda
Para a despedida
Desfaço minha melhor intenção
De destruir vazios
Consumir olhares
Descer em qualquer estação
Por nada,
Apenas para ver e querer...
Por querer ver
Tua fuga, hexagonal , despedida... partida
Em partes, sem pedaços
Sem os fragmentos de meu sim
Sumindo, sem deixar um verso para mim
Cheguei atrasada
Para a tua partida
Toda quebrada e partida
Cheguei inteira
Pra te ver colar seus cacos
Da felicidade trincada
Pelos versos que te rimei
Cheguei somente
Em contida despedida
Inteira, reticente
Para te dar a certeza
Que serei em todas as suas estações,
Daqui para leste e para frente
Somente,
Ausente.
Anita de Souza Coutinho
Rio de Janeiro, 07 de Abril de 2000. Sexta feira.
|
|